12 vezes Palmeiras!
O Campeonato Brasileiro mais louco e imprevisível dos últimos
anos terminou da maneira mais familiar possível: com o Palmeiras campeão –
bicampeão consecutivo, 12 vezes no total, cada vez mais distante dos rivais. o
empate por 1 a 1 com o Cruzeiro (gols de Endrick e Nikão), nesta quarta-feira,
no Mineirão, foi mera formalidade para fechar aquela que será considerada a
maior virada da história dos pontos corridos. E que só poderia vir de um time.
O Palmeiras da cabeça fria não se abalou quando caiu na Copa do Brasil diante
do rival São Paulo, eliminado da Libertadores em casa, nas semifinais contra o
Boca Juniors e nem quando se viu a 14 pontos do líder Botafogo na única
competição que havia sobrado em 2023. Aí entrou o Palmeiras do coração quente, do “dá a bola em
mim”, dos multicampeões, do fenômeno Endrick, do caldeirão Allianz Parque e do
incansável e genial Abel Ferreira. Pouco a pouco, o Verdão dizimou a vantagem
dos rivais e, quando assumiu a liderança, até o maior hater sabia que ela não
trocaria mais de dono (só o próprio palmeirense, pessimista por natureza, temia
um desfecho diferente). Mas este Palmeiras tem tudo: é o DNA vencedor, é a
Terceira Academia, é a Segunda Arrancada Heróica, é o clube mais vitorioso do
Brasil. E para o Cruzeiro também houve alegria: o time está classificado para a
Copa Sul-Americana de 2024.
Repita comigo: dodecacampeão!
A enorme palavra, que soa até estranha, é música para os
palmeirenses – que vêm utilizando, ano após ano, os ordinais de números
superiores a dez. Depois do “hendeca” conquistado em 2022, o Palmeiras é
“dodeca”, ou seja, tem 12 títulos brasileiros conquistados.
A era Abel continua?
Abel Ferreira chegou ao seu nono título em três anos de
trabalho no Palmeiras, mas não sabe o que será de seu futuro em 2024. Ele agora
passou Vanderlei Luxemburgo e se isolou como o segundo técnico mais vitorioso
da história palmeirense, atrás apenas de Oswaldo Brandão, com dez títulos.
Ainda que seu contrato tenha validade até dezembro de 2024, a conquista do
Brasileiro pode significar uma despedida. Isso porque o Al-Sadd, do Catar,
promete oferecer a ele o maior salário do mundo para um técnico. Novos
capítulos dessa história devem sair nos próximos dias – e o palmeirense, claro,
torce para que nada mude. Tanto que, já no Mineirão, o grito ecoou: "Fica,
Abel!".
Bolada nos cofres
O título brasileiro vai render R$ 10 milhões em bônus só da
Crefisa, principal patrocinadora do clube e empresa que pertence à presidente
Leila Pereira. Ainda há o prêmio da CBF para o campeão, que será de R$ 47,8
milhões. O valor do bônus já tem destino: servirá para abater a dívida que o
clube tem a patrocinadora pela contratação de jogadores. O Verdão ainda tem de
devolver cerca de R$ 37 milhões de um débito que passava de R$ 170 milhões.
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