Da eleição por unanimidade ao empurrão para o precipício não tardou: 19 das 27 federações estaduais que votaram em Ednaldo Rodrigues para seguir à frente da CBF, menos de dois meses atrás, o jogaram no mar sem dó e nem providenciaram a boia.
Dentre elas, uma cujo presidente quer sucedê-lo, o da Ferj, Rubens Lopes.
Entre as oito que não assinaram o manifesto com velhas promessas e nenhum compromisso em adotá-las, há outro candidato, o da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos…
Para quem eventualmente não esteja familiarizado com as siglas, Ferj é a federação carioca, e FPF é a paulista.
Fernando Sarney, que assumiu interinamente a presidência da CBF, desta vez, ele que sempre evitou ser a vidraça principal para ser poupado das pedradas em telhado de vidro, parece mordido pela mosca azul…
De uma coisa é possível ter certeza: o próximo presidente será fruto da mesma estrutura que elegeu todos os recentes presidentes que foram apeados do poder por malfeitos de todos os gêneros, ocioso citá-los.
O que expõe o próximo a desafiar a máxima do italiano Giuseppe Lampedusa, que não jogou em time algum, nem treinou nenhum, escritor que denunciou a decadência da aristocracia napolitana: "É preciso que tudo mude para que fique como tudo está"…