O Ministério Público da Paraíba propôs uma ação civil pública
de responsabilização por atos de corrupção contra 16 clubes de futebol
paraibano, com base na Lei Anticorrupção Empresarial (Lei Federal nº
12.846/13). O MPPB requer reparação por danos ao erário perpetrados pelos
promovidos durante a execução do “Programa Gol de Placa”, desenvolvido pelo
Governo do Estado. A investigação feita por diversos órgãos de controle apontou
que houve fraude na troca de ingressos por notas fiscais para o recebimento de
valores mais altos das empresas patrocinadoras do programa. Os atos de
corrupção analisados ocorreram entre janeiro de 2015 e dezembro de 2018,
causando um prejuízo de R$ 12,8 milhões.
De acordo com a ação, o Inquérito Civil nº 001.2020.019335
aberto pela Promotoria de João Pessoa considerou investigações realizadas
internamente pelo próprio Governo do Estado (por meio da Controladoria Geral do
Estado da Paraíba) e pelo Tribunal de Contas. De acordo com o relatório final
da Comissão de Procedimento de Investigação Preliminar (CPIP), os clubes
paraibanos beneficiados receberam no período analisado, por meio do repasse da
empresa Energisa Paraíba, única contribuinte patrocinadora, R$ 14.548.090,00,
por meio da troca de 1.195.642 ingressos, utilizando o cadastramento no sistema
Gol de Placa de 1.251.924 documentos fiscais.
Na ação, o MPPB requereu a concessão da medida cautelar da
indisponibilidade dos bens dos demandados, no valor equivalente a R$
15.857.484,93, correspondente à soma do montante do dano material ao erário
estadual, devidamente atualizado, já incluído o valor de indenização pelos
danos morais coletivos, no valor de R$ 3 milhões.
A ação ressalta que o “Gol de Placa” tinha como objetivos
incentivar o futebol da Paraíba, por meio de captação de recursos pelos clubes
da primeira divisão do Campeonato Paraibano de Futebol, junto aos contribuintes
do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS); estimular o hábito de exigência de documento fiscal na
aquisição de mercadorias e incrementar a arrecadação estadual. Era executado
pelas secretarias de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel) e da Receita
(SER) e consistia na troca de cupons fiscais – cujo somatório fosse igual ou
superior a R$ 50 referente à aquisição de mercadorias – por ingresso para jogos
dos campeonatos da 1ª divisão e das séries C e D e das copas Brasil e do
Nordeste, realizados na Paraíba.
ATLÉTICO R$
763.390,00 R$ 959.047,47
AUTO ESPORTE R$
596.800,00 R$ 749.760,32
BOTAFOGO R$
3.169.720,00 R$ 3.982.121,77
CAMPINENSE R$
1.683.830,00 R$ 2.115.396,98
CSP R$ 784.330,00 R$ 985.354,41
DESPORTIVA GUARABIRA R$
221.220,00 R$ 277.918,86
ESPORTE DE PATOS R$
138.180,00 R$ 173.595,64
INTERNACIONAL R$
207.200,00 R$ 260.305,53
LUCENA R$
163.210,00 R$ 205.040,85
MIRAMAR R$
14.290,00 R$ 17.952,54
NACIONAL DE PATOS R$
221.400,00 R$ 278.145,00
PARAÍBA R$
396.460,00 R$ 497.997,64
SANTA CRUZ R$
209.360,00 R$ 263.019,14
SERRANO R$
420.440,00 R$ 528.199,11
SOUSA R$ 648.200,00 R$ 814.334,18
TREZE R$ 596.430,00 R$ 749.295,49
TOTAL R$
10.235.090,00 R$ 12.857.484,93
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