lvo principal da Operação Cartola, que investigou manipulação
de resultados no futebol paraibano, o Botafogo-PB foi o clube que mais desviou
recursos públicos do Gol de Placa.
Um relatório obtido pela reportagem do Portal MaisPB,
realizado pelos órgãos controladores do Estado, aponta que entre 2015 a 2018, a
quantidade de trocas de notas fiscais por ingressos do programa governamental
chegou a mais de um milhão. Entre este período, a injeção financeira do Governo
da Paraíba no futebol local foi de R$ 14 milhões.
Maior vencedor do futebol paraibano desde 2013 (com cinco
títulos estaduais e um nacional), ano em que o então governador Ricardo
Coutinho (PSB) alterou as regras do programa, o prejuízo causado pelo Botafogo
ao erário foi de R$ 3.233.560,00. Mais de um milhão de reais por meio de
documentos fiscais com numeração inválida ou inexistente.
Os desvios se estendem, em menor escala, a outros quatorze
clubes:
Campinense (R$ 2.015.980,00)
CSP (R$ 829.180,00)
Atlético de Cajazeiras (R$ 780.620,00)
Sousa (R$ 766,610,00)
Treze (R$ 618.370,00)
Auto Esporte (R$ 599.950,00)
Serrano (R$ 564.770,00)
Paraíba (R$ 397.850,00)
Nacional de Patos (R$ 223.800,00)
Desportiva Guarabira (R$ 223.800,00)
Santa Cruz (R$ 211.300,00)
Internacional (R$ 208.760,00)
Esporte de Patos (R$ 139.200,00)
Lucena (R$ 165.300,00)
Desta forma, o desvio de dinheiro público no futebol
paraibano não chega a quase R$ 10 milhões, mas sim a quase R$ 11 milhões.
O Gol de Placa está suspenso pelo Governo do Estado desde
janeiro, após uma série de fraudes no cadastramento do sistema do programa ser
revelada pelo jornal Folha de S. Paulo.
Pessoas que nunca vieram à Paraíba, elevado número de trocas
por cidadão octogenário e falecidos, eram cadastradas como torcedores na troca
de notas fiscais por ingressos.
Neste dois últimos casos, o Treze é o campeão em apresentar
trocas de notas fiscais por ingressos provenientes de CPFs de pessoas já
falecidas e de pessoas de idade superior a 85 anos, totalizando um desvio de R$
66.730,00 a R$ 50.081,00 do Botafogo-PB.
Ao burlar as regras, os clubes conseguiam aumentar o número
de torcedores em seus jogos, por meio do borderô, e justificar um montante
superior de repasse da empresa patrocinadora do programa.
No último dia 6, o Governo da Paraíba abriu um Procedimento
de Investigação Preliminar (PIP) para apurar ilicitudes cometidas pelos clubes.
O ato é realizado em conjunto pela Controladoria Geral do Estado e pela
Secretaria da Fazenda.
Após o PIP, passa-se ao PAR (Processo Administrativo de
Responsabilização) e posteriormente ao acordo de leniência – saída encontrada
para os clubes que alegam estar em colapso financeiro.
Os envolvidos poderão ser denunciados pelo Ministério Público
da Paraíba pelos crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro
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