Depois de 24 anos e alguns meses à frente da Federação
Paraibana de Futebol (FPF), Rosilene Gomes foi afastada da presidência da
entidade na quinta-feira passada, por determinação da juíza Renata Câmara, da
8ª Vara Cível de João Pessoa.Mas para quem pensa que a batalha é recente,
engana-se. Quem garante é o advogado José Caetano de Oliveira, cajazeirense que
atua na capital há 32 anos.
O jurista foi contratado pelo então presidente do Auto
Esporte Watteu Rodrigues, em 2012, quando iniciou a luta contra a gestão de
Rosilene na FPF.O primeiro passo foi demandar uma Ação de Exibição de
Documentos, levantando material em cartórios e questinando a legitimidade das
últimas eleições da “Casa da Bola” no Estado, realizada em 2010.
Caetano conta que a decisão de lutar para derrubar a única
mulher entre os 27 mandatários de federações no Brasil partiu depois de o Auto
Esporte se sentir perseguido.
O clube, de tanto ser perseguido, resolveu assumir outro
papel, de provocar também. Ao rei tudo, menos a honra. Então nós começamos a
tomar providências sobre a eleição da FPF. Em 2012, como medida cautelar
preparatória, nós demandamos a ação, que tramitou quase dois anos na 8ª Vara
Cível e agora a juíza Renata Câmara sentenciou liminarmente – verbalizou o
jurista, em entrevista à Rádio Correio FM.
Segundo José Caetano, pelo menos 53 filiados sem registros na
Receita Federal e, consequentemente, sem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica), participavam de votações para a escolha da gestão, o que não é
permitido para filiação à FPF, além de aprovar as prestações de contas da
entidade.
O advogado relatou que funcionários da FPF e até um dos
filhos de Rosilene representavam clubes e ligas apenas para participar das
eleições.Ele citou o caso do Jangadeiro Esporte Clube, o qual seu fundador
teria falecido há 20 anos, encerrando por tanto as atividades da agremiação,
mas que tinha o filho da ex-presidente como representante nos pleitos.
Ainda de acordo com Caetano, uma equipe de auditores foi
designada para checar as contas da FPF, além de verificar os documentos que
ainda não foram analisados.A ação judicial que afastou Rosilene Gomes do cargo
por 90 dias também tem como objetivo corrigir irregularidades e abrir uma nova
eleição – pontuou.
Por fim, José Caetano de Oliveira dissse que “não tenho nada
contra a pessoa de Rosilene nem contra seus filhos”.Apenas eu sou advogado do
clube e estou cumprindo meu mister. Digo isso porque a gente recebe umas
piadinhas e eu não estou receoso, não – declarou, antes de admitir que chegou a
receber ameaças.







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